O exagero sobre a morte da mídia impressa
O exagero sobre a morte da mídia impressa
Nova pesquisa revela que relatos sobre a morte da mídia tradicional são prematuros
Por Stephen Kraus e Bob Shullman
Atualmente parece que a morte da mídia impressa é anunciada por uma série de especialistas a cada novo lançamento de dados sobre mídias sociais e dispositivos digitais. “Com 500 milhões de membros, o Facebook poderia ser o terceiro maior país do mundo; o ator americano Ashton Kutcher tem mais de 7 milhões de seguidores no Twitter; a ‘iPad-mania’ está presente em cafeterias de todo o mundo!”
Não há como negar o impacto crescente e significativo que os novos dispositivos e meios de comunicação social estão causando no mercado. Mas, ao mesmo tempo, também não há como negar que meios de comunicação tradicionais também estão prosperando na vida de consumidores. Isto vale para a população em geral, e é ainda mais válido para os americanos influentes que estudamos – grupo de pessoas que possuem renda ilimitada para desfrutar de uma variedade de dispositivos, bem como alfabetização digital para tirar o máximo proveito deles.
Consumo tradicional de conteúdo
Em uma pesquisa realizada entre março e maio de 2011 acompanhamos a utilização das novas mídias e das mídias tradicionais pelos americanos influentes. Esta pesquisa consiste em um levantamento mensal com mais de 1.000 entrevistas online sendo que os entrevistados possuem uma renda familiar anual de pelo menos US$ 100.000 – em outras palavras, estes são os 20% de americanos que representam cerca de 60% da renda dos EUA e aproximadamente 70% do patrimônio líquido daquele país.
Quando perguntamos como eles lêem revistas, 93% dos entrevistados disseram ler versões impressas. O mesmo padrão é evidente quando falamos de jornais, já que 86% dos participantes da pesquisa também lêem a versão impressa. Programas de TV são assistidos em aparelhos de televisão por 94% dos entrevistados. Sites são vistos em computadores também por 94% deles. O padrão é claro em todos os meios de comunicação: a grande maioria dos americanos influentes consume conteúdo por meio dos veículos mais tradicionais: revistas e jornais impressos, sites em computadores, o conteúdo de vídeo por meio da televisão e assim por diante.
Também exploramos os dados sobre a importância da mídia tradicional em nosso artigo publicado no portal Ad Age, "Media Use in Extraordinary Times". Quando perguntamos como estes americanos influentes acompanharam as notícias sobre a morte de Osama Bin Laden, a televisão esteve no topo da lista, citada por 70% dos participantes da pesquisa. Outros 40% dos entrevistados citaram jornais impressos. Da mesma forma, quando perguntamos como estas pessoas acompanharam o tsunami, o terremoto e a crise nuclear no Japão, a televisão novamente figurou no topo da lista, citada por 76% dos pesquisados, com um adicional de 49% citando jornais impressos.
Consumo de conteúdo entre jovens
Tem sido documentado que pessoas mais jovens consomem conteúdo de forma diferente das pessoas mais velhas. Isso porque certamente estas pessoas adotaram as plataformas emergentes mais cedo, além de serem usuários mais ativos. Porém, esta geração mais jovem, formada por pessoas entre 18 e 34 anos, ainda mostra um padrão característico: tende a consumir conteúdo por meio de veículos mais tradicionais, ainda que tenha uma atuação mais efetiva nas experiências multi-plataformas (entre mídias distintas).
Entre os usuários mais jovens, 88% lêem revistas impressas e 35% lêem as revistas em sua versão online. Jornais mostram a maior quantidade de experiência multi-plataformas – 70% dos entrevistados lêem jornais impressos, enquanto 54% lêem online. Entre os participantes da pesquisa, 94% consomem conteúdo de vídeo pela televisão, enquanto 35% assistem em computadores e 93% dos pesquisados lêem sites em computadores enquanto 38% acessam por smartphones.
É claro que não estamos negando o uso generalizado e o grande impacto que os novos meios de comunicação estão causando no mercado. Eles são de vital importância na vida dos consumidores, principalmente dos consumidores influentes. Além disso, qualquer empresa que de repente descobre que 20% ou 30% dos seus melhores clientes estão experimentando opções mais baratas (de "dólares reais para moedas digitais") terá de enfrentar sérios desafios. Desta forma é possível concluir que relatos sobre a morte de mídia tradicional certamente são, no mínimo, prematuros.
SOBRE OS AUTORESStephen Kraus e Bob Shullman são respectivamente presidente e chefe de Pesquisa e Descobertas da Ipsos Mendelsohn, empresa especializada em pesquisa sobre meios de comunicação e tecnologia.
Atualmente parece que a morte da mídia impressa é anunciada por uma série de especialistas a cada novo lançamento de dados sobre mídias sociais e dispositivos digitais. “Com 500 milhões de membros, o Facebook poderia ser o terceiro maior país do mundo; o ator americano Ashton Kutcher tem mais de 7 milhões de seguidores no Twitter; a ‘iPad-mania’ está presente em cafeterias de todo o mundo!”
Não há como negar o impacto crescente e significativo que os novos dispositivos e meios de comunicação social estão causando no mercado. Mas, ao mesmo tempo, também não há como negar que meios de comunicação tradicionais também estão prosperando na vida de consumidores. Isto vale para a população em geral, e é ainda mais válido para os americanos influentes que estudamos – grupo de pessoas que possuem renda ilimitada para desfrutar de uma variedade de dispositivos, bem como alfabetização digital para tirar o máximo proveito deles.
Consumo tradicional de conteúdo
Em uma pesquisa realizada entre março e maio de 2011 acompanhamos a utilização das novas mídias e das mídias tradicionais pelos americanos influentes. Esta pesquisa consiste em um levantamento mensal com mais de 1.000 entrevistas online sendo que os entrevistados possuem uma renda familiar anual de pelo menos US$ 100.000 – em outras palavras, estes são os 20% de americanos que representam cerca de 60% da renda dos EUA e aproximadamente 70% do patrimônio líquido daquele país.
Quando perguntamos como eles lêem revistas, 93% dos entrevistados disseram ler versões impressas. O mesmo padrão é evidente quando falamos de jornais, já que 86% dos participantes da pesquisa também lêem a versão impressa. Programas de TV são assistidos em aparelhos de televisão por 94% dos entrevistados. Sites são vistos em computadores também por 94% deles. O padrão é claro em todos os meios de comunicação: a grande maioria dos americanos influentes consume conteúdo por meio dos veículos mais tradicionais: revistas e jornais impressos, sites em computadores, o conteúdo de vídeo por meio da televisão e assim por diante.
Também exploramos os dados sobre a importância da mídia tradicional em nosso artigo publicado no portal Ad Age, "Media Use in Extraordinary Times". Quando perguntamos como estes americanos influentes acompanharam as notícias sobre a morte de Osama Bin Laden, a televisão esteve no topo da lista, citada por 70% dos participantes da pesquisa. Outros 40% dos entrevistados citaram jornais impressos. Da mesma forma, quando perguntamos como estas pessoas acompanharam o tsunami, o terremoto e a crise nuclear no Japão, a televisão novamente figurou no topo da lista, citada por 76% dos pesquisados, com um adicional de 49% citando jornais impressos.
Consumo de conteúdo entre jovens
Tem sido documentado que pessoas mais jovens consomem conteúdo de forma diferente das pessoas mais velhas. Isso porque certamente estas pessoas adotaram as plataformas emergentes mais cedo, além de serem usuários mais ativos. Porém, esta geração mais jovem, formada por pessoas entre 18 e 34 anos, ainda mostra um padrão característico: tende a consumir conteúdo por meio de veículos mais tradicionais, ainda que tenha uma atuação mais efetiva nas experiências multi-plataformas (entre mídias distintas).
Entre os usuários mais jovens, 88% lêem revistas impressas e 35% lêem as revistas em sua versão online. Jornais mostram a maior quantidade de experiência multi-plataformas – 70% dos entrevistados lêem jornais impressos, enquanto 54% lêem online. Entre os participantes da pesquisa, 94% consomem conteúdo de vídeo pela televisão, enquanto 35% assistem em computadores e 93% dos pesquisados lêem sites em computadores enquanto 38% acessam por smartphones.
É claro que não estamos negando o uso generalizado e o grande impacto que os novos meios de comunicação estão causando no mercado. Eles são de vital importância na vida dos consumidores, principalmente dos consumidores influentes. Além disso, qualquer empresa que de repente descobre que 20% ou 30% dos seus melhores clientes estão experimentando opções mais baratas (de "dólares reais para moedas digitais") terá de enfrentar sérios desafios. Desta forma é possível concluir que relatos sobre a morte de mídia tradicional certamente são, no mínimo, prematuros.
SOBRE OS AUTORESStephen Kraus e Bob Shullman são respectivamente presidente e chefe de Pesquisa e Descobertas da Ipsos Mendelsohn, empresa especializada em pesquisa sobre meios de comunicação e tecnologia.
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