Conheça os projetos com que a China quer sacudir a ordem econômica mundial
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Conheça os projetos com que a China quer sacudir a ordem econômica mundial
Com informações da BBC - 22/06/2017
A Nova Rota da Seda deverá auxiliar na integração dos mercados, na abertura comercial e no fortalecimento do sistema multilateral mundial.[Imagem: Wikimedia/Belsky]
Nova Rota da Seda
Enquanto o cientista Stephen Hawking defende que o futuro da humanidade só pode estar no espaço, a China quer ampliar sua influência mundial através de um colossal e dispendioso plano de infraestrutura aqui mesmo na Terra.
"Esperamos desencadear novas forças econômicas para o crescimento global, construir novas plataformas para o desenvolvimento mundial e reequilibrar a globalização para que a humanidade chegue mais perto de uma comunidade de destino comum," disse o presidente chinês, Xi Jinping durante um fórum internacional sobre o projeto, batizado de Nova Rota da Seda.
O fórum, que ocorreu no último mês de Maio, contou com a participação de cerca de 30 líderes mundiais, entre eles os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, da Argentina, Maurício Macri, e do Chile, Michelle Bachelet.
A ideia da Nova Rota da Seda - com nome inspirado na antiga rota comercial que ligou o Oriente e o Ocidente há dois mil anos - é melhorar conexões comerciais entre Ásia e Europa e Ásia e o leste da África, promovendo desenvolvimento, com a construção ou expansão de redes de ferrovia de alta velocidade, gasodutos, oleodutos, portos e centros logísticos.
"É um esforço ambicioso sem precedentes", disse, por sua vez, o presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, sobre o plano com o qual a China pretende "sacudir" a ordem econômica mundial.
O projeto da Nova Rota da Seda inclui cinco grandes obras.
1. Transporte de mercadorias China-Europa
Atualmente, a China já opera cerca de 20 linhas de trem de carga que ligam o país a cidades europeias como Londres, Madri, Roterdã ou Varsóvia. A rota China-Madri funciona há mais de um ano e é o mais extenso serviço ferroviário do mundo.
Agora, o objetivo é otimizar esta rede e torná-la uma alternativa mais rápida - embora mais dispendiosa - ao tradicional transporte marítimo de produtos chineses.
As obras do novo trem de alta velocidade, que unirá os sete mil quilômetros de Pequim a Moscou, devem terminar em 2025, segundo a companhia estatal russa OAO Russian Railways. Ela reduzirá o tempo de viagem de cinco dias para 30 horas.
A obra tem um custo estimado em US$ 242 bilhões.
2. Rede de trens na Ásia
Nesta seção, há dois grandes projetos futuros:
A Rede Pan-asiática, para conectar a cidade de Kunming, situada no sul da China, com Vientiane, a capital do país vizinho Laos, e com a rede ferroviária de Mianmar.
Assim que esta e outras obras semelhantes previstas em Tailândia, Camboja e Vietnã estiverem concluídas, estará formada uma rede pan-asiática ligando a China ao Sudeste asiático.
Apenas o trem de alta velocidade entre Kunming e Vientiane tem um custo estimado em US$ 7 bilhões.
O segundo projeto é a ferrovia Jacarta-Bandung, que será o primeiro trem de alta velocidade da Indonésia e ajudará a melhorar o transporte público entre a capital do arquipélago e um dos principais centros econômicos de Java.
Embora várias empresas japonesas também aspirassem ganhar o projeto, o governo indonésio acabou preferindo as empresas chinesas. O custo é estimado em US$ 5,9 bilhões.
3. Corredor China-Paquistão
Aproveitando que o vizinho Paquistão é um de seus aliados históricos, a China investirá no país e ajudará no desenvolvimento do porto de Gwadar, no Mar Árabe.
A ideia de ambos os países é que se converta na versão paquistanesa do complexo portuário de Shenzhen.
A implementação deste projeto dará à China uma saída para o mar sem necessidade de que seus produtos passem pelo estreito de Malaca.
O projeto contempla a ampliação da rodovia de Kakarorum, umas das mais altas do mundo, que conecta a China ao Paquistão. O custo total é estimado em US$55 bilhões.
4. Porto de Colombo
Outro porto chave nos planos da Nova Rota da Seda é o de Colombo, capital do Sri Lanka.
Embora tenha sido paralisado com a troca de governo no país - mais próximo, politicamente, da Índia -, negociações recentes permitiram a continuidade do projeto; as obras já foram retomadas, com um custo estimado em US$1,4 bilhão.
5. Projetos na África
A China já está construindo a ferrovia que unirá as duas principais cidades do Quênia: a capital, Nairóbi, e Mombasa, na costa do país.
Este projeto faz parte da futura rede de transportes da África Oriental, que conectará as cidades do Quênia com as capitais de Uganda (Kampala), Sudão do Sul (Juba), Ruanda (Kigali) e Burundi (Bujumbura).
A China já inaugurou o trem que une Adis Abeba, capital da Etiópia, com Djibouti, capital do país do mesmo nome na costa do Mar Vermelho, onde companhias chinesas estão construindo um centro logístico marítimo.
O custo total das obras na África é estimado em US$13,8 bilhões.
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