Estufa espacial é aprovada em teste na Antártica
Estufa espacial é aprovada em teste na Antártica
Redação do Site Inovação Tecnológica - 24/09/2019
A colheita foi farta e consumiu menos da metade da energia que se esperava - mas deu muito trabalho.
[Imagem: Hanno Muller/AWI]
[Imagem: Hanno Muller/AWI]
Cultivo sem solo
Pesquisadores da Agência Espacial Alemã (DLR) completaram o primeiro ano de testes de uma estufa espacial que está sendo testada na Antártica, chamada Eden ISS.
Os testes comprovaram que uma versão final poderá suprir com folga as necessidades dos astronautas não apenas na Estação Espacial Internacional, mas também em futuras missões na Lua e em Marte.
Os pesquisadores ficaram surpresos em ter alcançado os objetivos com muito menos energia do que o esperado, e com a dimensão da colheita, esta maior do que o esperado.
Foram produzidos 268 quilogramas (kg) de alimentos em uma área de 12,5 metros quadrados durante os 9,5 meses de safra, incluindo 67 kg de pepino, 117 kg de alface e 50 kg de tomate.
Visão artística da estufa espacial em uma base na Lua ou em Marte.
[Imagem: Liquifer Systems Group]
[Imagem: Liquifer Systems Group]
Tempo de cultivo
A carga de trabalho necessária para manter e dar suporte ao sistema, contudo, deverá ser reduzida significativamente para economizar um tempo valioso para os astronautas. Paul Zabel, o horticultor high-tech da DLR, gastava de três a quatro horas por dia de trabalho no cultivo e manutenção.
"A operação e manutenção da tecnologia da estufa ocupava cerca de dois terços do tempo. O terço restante era necessário para a semeadura, colheita e cuidados com as plantas. Para uma futura estufa espacial, a carga de trabalho deve ser significativamente reduzida," disse ele.
Além disso, eram necessárias cerca de quatro a cinco horas por dia para experimentos. O sistema de cultivo aeropônico - usando luz artificial, soluções nutricionais e completamente sem solo - permitiu que as plantas prosperassem. Algumas bombas deram problemas intermitentes e os biofilmes nos tanques de nutrientes eram inesperadamente fortes, mas tudo isso foi corrigido.
O consumo de energia foi menos da metade do que a equipe calculava para uma estufa espacial, alcançando 0.8 quilowatts por metro quadrado, contra o previsto de 2,1 quilowatts.
O ambiente antártico simula bem o frio e o isolamento do espaço.
[Imagem: Hanno Muller/AWI]
[Imagem: Hanno Muller/AWI]
Estufa para lançamento ao espaço
Somando tudo, o projeto mostrou-se factível, e a equipe já esboçou uma versão de estufa espacial para lançamento, com a estrutura inteira podendo ser levada ao espaço como um único compartimento a bordo de um foguete Falcon 9.
"Futuras missões espaciais tripuladas de longo prazo exigirão alimentos cultivados localmente. A Eden ISS provou a viabilidade de uma estufa espacial na Antártica e, assim, demonstrou que essa tecnologia também poderia ser usada para produzir alimentos na Lua e em Marte. O conceito de estufa espacial agora apresentado é uma base valiosa sobre a qual desejamos desenvolver mais trabalhos de pesquisa," disse Hansjorg Dittus, da DLR.
A operação da estufa antártica continua em andamento e está aberta a grupos de pesquisa de todo o mundo.
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