A etérea anatomia de uma gaivota cósmica

A etérea anatomia de uma gaivota cósmica

Com informações do ESO - 14/08/2019
A etérea anatomia de uma gaivota cósmica
Uma colorida e etérea nuvem de gás forma as "asas" de uma região no céu conhecida por Nebulosa da Gaivota - assim chamada devido à sua semelhança com uma gaivota em voo.
[Imagem: ESO/VPHAS+/N.J.Wright(Keele University)]

Gaivota nebulosa
Colorida e pouco densa, esta intrigante coleção de objetos celestes é conhecida por Nebulosa da Gaivota, devido à sua semelhança com uma gaivota em voo.
Constituída por poeira, hidrogênio, hélio e traços de elementos mais pesados, esta região é o berço quente e energético das novas estrelas. O detalhe notável com que foi capturada pelo Telescópio de Rastreio do ESO (VST), no Chile, revela os objetos astronômicos individuais que compõem este pássaro celeste, assim como as suas estruturas mais detalhadas.
Você consegue identificar a gaivota na foto?
A equipe do telescópio desafiou os leitores a deixar sua imaginação correr livremente e contornar o pássaro na foto como eles o veem, compartilhando o resultado com a hashtag #SpotTheSeagull. Os astrônomos já emplacaram um morcego cósmico, um beija-flor celeste e um pássaro estelar não identificado.
Os componentes principais da Gaivota são três enormes nuvens de gás, sendo a mais distinta das três a que forma as "asas" do pássaro celeste, chamada Sharpless 2-296. Com uma dimensão de cerca de 100 anos-luz de uma ponta à outra das asas, Sh2-296 apresenta material material brilhante e faixas de poeira escura que se entrelaçam por entre as estrelas brilhantes. Trata-se de um belo exemplo de uma nebulosa de emissão, neste caso uma região HII, indicando formação ativa de novas estrelas, as quais podem ser vistas por toda a imagem.
É a radiação emitida por estas estrelas jovens que dá às nuvens as suas cores fantásticas e atraentes, ionizando o gás circundante e fazendo com que ele brilhe. Esta radiação é também a principal responsável pela forma das nuvens, já que exerce pressão no material circundante, esculpindo-o nessas formas extravagantes.
Como cada nebulosa tem a sua distribuição única de estrelas e pode, como é o caso desta, ser uma composição de várias nuvens, são inúmeras as variedades de formas que podemos ver, o que desperta a imaginação dos astrônomos e os faz evocar comparações com animais ou objetos familiares.
Vácuo dentro do vácuo
A diversidade de formas está bem exemplificada no contraste entre Sh2-296 e Sh2-292. Esta última, vista aqui logo abaixo das "asas", é uma nuvem mais compacta que forma a "cabeça" da gaivota. Sua característica mais proeminente é uma estrela enorme e extremamente luminosa chamada HD 53367, que é 20 vezes mais massiva que o Sol, e que vemos como o "olho" penetrante da gaivota. Sh2-292 é ao mesmo tempo uma nebulosa de emissão e de reflexão: muita da sua luz é emitida por gás ionizado que rodeia as suas estrelas recém-nascidas, mas uma quantidade significante é também refletida pelas estrelas que se encontram no seu exterior.
As zonas escuras que cortam a homogeneidade das nuvens e lhes dão textura são as faixas de poeira - locais de material muito mais denso que escondem parte do gás luminoso por trás deles. Nebulosas como esta têm densidades de algumas centenas de átomos por centímetro cúbico, o que é muito menos que os melhores vácuos artificiais na Terra. No entanto, as nebulosas são ainda assim muito mais densas do que o gás que as rodeia, o qual apresenta uma densidade média de cerca de 1 átomo por centímetro cúbico.
Há várias nuvens menores que também fazem parte da Nebulosa da Gaivota, entre elas Sh2-297, que se trata de uma pequena adição à ponta da "asa" de cima (Sh2-292 e Sh2-295) da gaivota.
SITE INOVAÇÃO TECNOLÓGICA. A etérea anatomia de uma gaivota cósmica. 14/08/2019. Online. Disponível em www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=gaivota-cosmica. Capturado em 30/10/2019.

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