Laboratório mais frio do Universo vai estudar mundo quântico

Laboratório mais frio do Universo vai estudar mundo quântico

Laboratório mais frio do Universo vai estudar mundo quântico
No interior do laboratório portátil será gerado o espaço mais frio do Universo. [Imagem: NASA/JPL-Caltech]
Frio universal
Subiu ao espaço um laboratório que irá criar o local mais frio do Universo.
O Laboratório de Átomos Frios (CAL: Cold Atom Laboratory) subiu a bordo do foguete Antares, da empresa privada Orbital, que levou experimentos e suprimentos para a Estação Espacial Internacional, onde atracou na última quinta-feira.
O CAL vai usar lasers e forças magnéticas para desacelerar os átomos até que eles fiquem quase imóveis, criando uma temperatura 10 bilhões de vezes mais fria do que o vácuo do espaço.
No ambiente de microgravidade da Estação Espacial, será então possível observar estes átomos ultrafrios por muito mais tempo do que é possível na Terra.
Os resultados deverão ter impacto em uma série de tecnologias, incluindo sensores, relógios atômicos, usados na navegação de espaçonaves, e computadores quânticos.
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Átomos artificiais
O laboratório, que custou US$83 milhões, será usado para estudar a mecânica quântica em escala macroscópica usando um estado da matéria conhecido como condensado de Bose-Einstein, essencialmente nuvens de átomos que, quando resfriados até próximo do zero absoluto, entram em sincronia e passam a se comportar como se fossem um único átomo.
O CAL trabalhará com átomos de rubídio e potássio.
Aqui embaixo, a gravidade geralmente dispersa os átomos em poucos segundos. Na microgravidade da Estação Espacial, a expectativa é que os átomos artificiais mantenham-se coesos por mais de 10 segundos. Para isso, eles serão resfriados a 20 trilionésimos de grau acima do zero absoluto, o que, segundo os conhecimentos atuais, será o local mais frio do Universo.
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Laboratório mais frio do Universo vai estudar mundo quântico
Lasers e campos magnéticos vão resfriar os átomos a uma temperatura recorde. [Imagem: NASA/JPL-Caltech]
Interferometria atômica
O equipamento é tão sensível que os experimentos, todos automatizados, serão realizados apenas quando os astronautas estiverem dormindo, para minimizar os efeitos de quaisquer movimentos ou impactos.
E isso levando em conta que a tecnologia é mais simples do que inicialmente previsto, depois que uma versão mais complexa do laboratório apresentou um vazamento que afetou a câmara de vácuo e ameaçou atrasar o projeto.
Com a simplificação, os físicos ainda não serão capazes de alcançar seu objetivo final de realizar a interferometria atômica baseada no espaço - um processo que envolve dividir a onda quântica do condensado em duas e depois recombiná-las. Os padrões de interferência resultantes permitiriam analisar os efeitos da gravidade com precisão inédita, bem como testar se os condensados poderiam ser usados como sensores de rotação e gravidade muito sensíveis.
Mas o laboratório mais avançado continua sendo desenvolvido, e deverá ir ao espaço até o final de 2019.

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