Entrar em um buraco negro e sair vivo do outro lado pode ser possível, segundo matemático

Entrar em um buraco negro e sair vivo do outro lado pode ser possível, 

segundo matemático

Por , em 22.02.2018
Na física, o passado determina o que acontece no futuro. Se os físicos sabem como o universo começou, eles podem calcular seu futuro por todo o tempo e espaço. Mas um grupo de pesquisadores dos EUA, de Portugal e da Holanda diz que existem alguns tipos de buracos negros em que esta lei não é válida. Se alguém se aventurasse em um desses buracos negros e sobrevivesse, essa pessoa teria seu passado obliterado e poderia ter um número infinito de futuros possíveis.
Humanidade finalmente verá um buraco negro em 2018
Estas alegações não são exatamente novidade, mas os físicos invocaram algo chamado “forte censura cósmica” no passado para explicar. Ou seja, algo catastrófico – tipicamente uma morte horrível – impediria que os observadores realmente entrassem em uma região do espaço-tempo em que seu futuro não fosse determinado. Este princípio, proposto pela primeira vez há 40 anos pelo físico Roger Penrose, mantém intocada uma ideia, o determinismo, chave para qualquer teoria física, que afirma que, dado o passado e o presente, as leis físicas do universo não permitem mais do que um possível futuro.
Mas, segundo o matemático Peter Hintz, da Universidade da Califórnia, nos EUA, cálculos mostram que, para alguns tipos específicos de buracos negros em um universo como o nosso, que está se expandindo a uma taxa acelerada, é possível sobreviver à passagem de um mundo determinista para um não determinista.
Ninguém sabe como seria a vida em um espaço onde o futuro é imprevisível. Mas a descoberta não significa que as equações de Einstein da relatividade geral, que até agora descrevem perfeitamente a evolução do cosmos, estão erradas, diz Hintz. “Nenhum físico vai viajar para um buraco negro e medir isso. Esta é uma questão matemática. Mas, a partir desse ponto de vista, isso torna as equações de Einstein matematicamente mais interessantes”, aponta ele. “Esta é uma questão que só pode ser estudada matematicamente, mas tem implicações físicas, quase filosóficas, o que a torna muito legal”.

Outro mundo

A principal característica dos buracos negros é que nada pode escapar de sua gravidade, nem mesmo a luz. Se você se aproximar demais e atravessar o chamado horizonte de eventos, você nunca escapará. Em buracos negros menores, alguém nunca sobreviveria ao chegar tão próximo. As forças de maré próximas ao horizonte de eventos simplesmente desconstruiriam qualquer coisa, transformando a matéria em uma série de átomos.


Humanidade finalmente 

verá um 

buraco negro em 2018

Por , em 11.01.2018
Os buracos negros já são parte do conhecimento popular há algumas décadas. Sabemos que eles são lugares no espaço de onde nada, nem mesmo partículas que se movem na velocidade da luz, consegue escapar. Sabemos também que há um buraco negro enorme no meio da nossa Via Láctea – assim como em outras galáxias. Mas apesar de sabermos deles teoricamente desde Einstein, nós nunca olhamos para um, mas, segundo os especialistas, 2018 será o ano em que isso finalmente vai acontecer.
Veja um buraco negro devorar uma estrela
Albert Einstein previu a existência de buracos negros em sua teoria da relatividade geral, mas mesmo ele não estava convencido de que eles realmente existiam. E, até agora, ninguém conseguiu produzir evidências concretas de que eles de fato existem. A esperança dos cientistas para mudar isso está no Event Horizon Telescope (EHT). Apesar do nome, o EHT não é só um telescópio, mas uma rede de telescópios em todo o mundo. Trabalhando em conjunto, esses dispositivos podem fornecer todos os componentes necessários para que finalmente sejamos capazes de capturar uma imagem de um buraco negro.

Um telescópio do tamanho da Terra

Para fazer isso, seria preciso um telescópio mais ou menos do tamanho da Terra – e é mais ou menos isso que o EHT é, na prática.
“Primeiro, você precisa de uma ampliação ultra alta – o equivalente a contar as covinhas em uma bola de golfe em Los Angeles quando você está sentado em Nova York”, compara o diretor do EHT, Sheperd Doeleman. “Em seguida, você precisa de uma maneira de ver o gás na Via Láctea e o gás quente que envolve o próprio buraco negro. Isso requer um telescópio tão grande como a Terra, que é onde o EHT entra”.
A equipe do EHT criou um “telescópio virtual de tamanho terrestre”, explica Doeleman, usando uma rede de radiotelescópios individuais espalhados pelo planeta. Eles sincronizaram os telescópios para que eles observassem o mesmo ponto no espaço ao mesmo tempo e fossem capazes de gravar as ondas de rádio detectadas.
A ideia é que a imagem produzida pela combinação destes dados seria comparável a uma que poderia ter sido criada usando um único telescópio de tamanho terrestre. O primeiro teste começou em abril de 2017. Ao longo de cinco noites, oito telescópios em todo o mundo colocam suas miras em Sagitário A * (Sgr A *), um ponto no centro da Via Láctea que os pesquisadores acreditam ser a localização de um buraco negro supermassivo.
Um novo tipo de buraco negro foi encontrado à espreita no coração da nossa galáxia
Os dados do Telescópio do Polo Sul chegaram ao Observatório Haystack, do MIT, somente em dezembro, devido à falta de voos de carga na região. Agora que a equipe tem os dados de todos os oito telescópios, eles podem começar sua análise com a esperança de produzir a primeira imagem de um buraco negro.
Uma imagem de um buraco negro não só provaria definitivamente que eles existem, como também revelaria novas informações sobre nosso universo, principalmente em escalas maiores. “Acredita-se que os buracos negros supermassivos no centro das galáxias e as galáxias em que vivem evoluem ao longo dos tempos cósmicos, de modo que observar o que acontece perto do horizonte do evento nos ajudará a entender o universo em escalas maiores”, diz Doeleman.

Pés no chão

O pesquisador diz que, no futuro, os pesquisadores devem ser capazes de fazer imagens de um único buraco negro ao longo do tempo. Isso permitiria aos cientistas determinar se a teoria da relatividade geral de Einstein é verdadeira ou não na fronteira do buraco negro, além de estudar como os buracos negros crescem e absorvem a matéria.
Por mais empolgante que a pesquisa pareça, as observações do buraco negro em Sagitário A * são apenas as primeiras usando o EHT, e Doeleman está mantendo as expectativas sob controle. “Não temos garantia do que veremos, e a natureza pode nos jogar uma bola curva. No entanto, o EHT agora está funcionando, então, ao longo dos próximos anos, trabalharemos para fazer uma imagem para ver como realmente se parece um buraco negro”, garante.

Cientistas flagram estrela virando buraco negro sem explodir
Não há ainda uma data para a publicação dos resultados. Segundo Doeleman, justamente porque a equipe está trabalhando com cuidado, mas é provável que a Terra veja seu primeiro buraco negro em 2018. [Futurism]

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