Lixo espacial: Apelo para um futuro sustentável no espaço
Lixo espacial: Apelo para um futuro sustentável no espaço
Com informações da ESA - 30/04/2017
Dos 23.000 objetos já colocados em órbita, apenas cerca de 1.200 são satélites ainda em funcionamento. [Imagem: ESA]
Lixo espacial
Com mais de 750.000 pedaços de detritos perigosos orbitando a Terra, a necessidade urgente de uma ação internacional coordenada para garantir a sustentabilidade dos voos espaciais a longo prazo foi uma das principais conclusões da maior conferência da Europa sobre lixo espacial.
"Precisamos de uma solução global coordenada para o que é, afinal, um problema global que afeta satélites críticos que prestam serviços a todos nós," disse Brigitte Zypries, Ministra Federal Alemã dos Assuntos Econômicos e Energia no encerramento da conferência em Darmstadt, na Alemanha.
O Diretor-Geral da ESA, Jan Woerner, apelou aos intervenientes no espaço para manter o ambiente orbital da Terra tão limpo quanto possível. Desenvolver e implementar o programa de Conscientização da Situação Espacial (SSA) da ESA, lançado em 2016, será um fator-chave.
"A fim de permitir serviços inovadores para os cidadãos e futuros desenvolvimentos no espaço, temos de cooperar agora para garantir o voo espacial economicamente vital. Devemos sustentar o sonho da exploração futura", disse ele.
Verdades inconvenientes
Desde 1957, mais de 5.250 lançamentos levaram a uma população atual de mais de 23.000 objetos em órbita. Apenas cerca de 1.200 são satélites ainda em funcionamento - o resto já são considerados detritos e não têm mais qualquer propósito útil.
Vários satélites abandonados explodiram ou se fragmentaram, gerando um número estimado de 750.000 peças maiores do que 1 centímetro e impressionantes 166 milhões maior do que 1 milímetro.
"Em órbita, esses objetos têm velocidades relativas tremendas, mais rápidas do que uma bala, e podem danificar ou destruir infraestruturas espaciais em funcionamento, como satélites de telecomunicações, meteorológicos, de navegação, radiodifusão e monitorização do clima, economicamente vitais," afirmou Holger Krag, diretor do Departamento de Detritos da ESA.
Satélites obsoletos
O apelo para uma ação internacional surgiu no último dia da Conferência Europeia sobre Detritos Espaciais, um encontro que contou com mais de 350 participantes das agências científicas, acadêmicas, industriais e espaciais de todo o mundo.
Entre os últimos resultados das pesquisas sobre lixo espacial se destacaram a eliminação segura de satélites aposentados e partes de foguetes, e os desafios ainda incertos colocados pelas megaconstelações de satélites que estão sendo desenvolvidas.
"Apenas cerca de 60% dos satélites que deveriam ser eliminados no final das suas missões, sob as atuais diretrizes, são de fato geridos de forma adequada," afirmou Krag.
Os pesquisadores também confirmaram que há uma necessidade crítica de remover os satélites extintos de órbita, antes que eles se desintegrem e produzam ainda mais detritos.
"Isto significa desenvolver urgentemente os meios para remover ativamente detritos, selecionando cerca de 10 grandes satélites extintos em órbita a cada ano, começando o mais rapidamente possível - começar mais tarde não será tão eficaz," disse o Dr. Krag.
Trabalhando para o futuro
O programa Conscientização da Situação Espacial está desenvolvendo programas informáticos, tecnologias e sistemas precursores para testar uma rede de vigilância que assegure dados independentes sobre infraestruturas espaciais.
Além disso, a ESA está desenvolvendo novas tecnologias no âmbito da iniciativa Espaço Limpo que prometem uma redução significativa na criação de poluição espacial futura, abrangendo todas as fases das atividades espaciais.
"Os destroços espaciais ameaçam todos os satélites em funcionamento, incluindo as Sentinelas da Europa e a constelação de navegação Galileo, e qualquer perda de infraestruturas espaciais afetaria gravemente a sociedade moderna," observou o Dr. Krag. "O uso sustentável do espaço tem sido persuasivamente mostrado em risco, e o status quo, obviamente, não é mais aceitável. Agora precisamos começar a remover satélites mortos."
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