Silício negro tem efeito bactericida
Silício negro tem efeito bactericida
Redação do Site Inovação Tecnológica - 27/11/2013
Silício negro tem efeito bactericida
Nanoagulhas que matam células bacterianas: bênção ou maldição? - Nos destaques, a superfície do silício negro (em cima) e das asas da libélula Diplacodes bipunctata (embaixo). [Imagem: Swinburne University]
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Bactericida mecânico
A descoberta do silício negro gerou um material cheio de promessas na área das células solares e da fotônica em geral.
Eis que o silício negro volta às manchetes, desta vez por um efeito que, se é benéfico por um lado, pode trazer muitas preocupações por muitos outros lados.
Elena Ivanova e seus colegas da Universidade de Tecnologia Swinburne, na Austrália, descobriram que o silício negro tem um fortíssimo efeito bactericida - um efeito puramente mecânico.
Isso ocorre porque o "negro" do material deve-se à presença de uma floresta de nanoagulhas em sua superfície - a luz se reflete continuamente entre os picos, indo e vindo entre cada um deles, de forma tão intrincada que praticamente não há nenhuma reflexão.
Ivanova vinha estudando a superfície das asas da cigarra Psaltoda claripennis e da libélula Diplacodes bipunctata, que apresentam um efeito bactericida mecânico, matando as células bacterianas simplesmente perfurando-as com nanoagulhas presentes naturalmente na superfície de suas asas.
Quando tentou reproduzir artificialmente essas nanoagulhas naturais, a pesquisadora deparou-se com o silício negro, com sua floresta de nanopicos artificiais.
O material funcionou maravilhosamente contra bactérias, matando-as a uma taxa de 450.000 células por centímetro quadrado e por minuto de exposição, simplesmente pela ação mecânica, sem a presença de nenhum agente químico.
"Isto representa uma perspectiva entusiasmante para o desenvolvimento de uma nova geração de nanomateriais antibacterianos que poderão ser aplicados às superfícies de implantes médicos, tornando-os muito mais seguros," arriscou o professor Russell Crawford, líder da equipe.
Talvez.
Nanotecnologia e saúde
O grande entrave para o uso do material antibacteriano em superfícies sujeitas ao contato humano é bastante óbvio: ele matará também outros tipos de células, incluindo as células sadias de quem o tocar.
Ocorre que as nanoagulhas são pequenas demais para serem sentidas pelo tato humano - se você tocar numa superfície de silício negro, ela lhe parecerá perfeitamente lisa.
Mas suas células não pensarão da mesma forma.
Assim, uma maçaneta ou outra superfície com um revestimento assim mataria aos poucos as células superficiais das mãos de quem as tocasse - os enfermeiros provavelmente começariam a notar suas mãos escamando, eventualmente aumentando suas chances de infecção ao tocar em outros locais.
O mesmo processo ocorrendo em implantes médicos, então, seria impensável.
Na verdade, o experimento dá suporte a uma série de preocupações que vêm surgindo com o uso de nanomateriais em contato com o corpo humano, incluindo os nanotubos de carbono e as nanopartículas, igualmente com potencial para perfurar as células ou entrar por elas, causando danos ao seu funcionamento.
A tecnologia pode destruir a raça humana?
Bibliografia:
Bactericidal activity of black silicon
Elena P. Ivanova, Jafar Hasan, Hayden K. Webb, Gediminas Gervinskas, Saulius Juodkazis, Vi Khanh Truong, Alex H.F. Wu, Robert N. Lamb, Vladimir A. Baulin, Gregory S. Watson, Jolanta A. Watson, David E. Mainwaring, Russell J. Crawford
Nature Communications
Vol.: 4, Article number: 2838
DOI: 10.1038/ncomms3838
COMERCIAL PYRAMON
Redação do Site Inovação Tecnológica - 27/11/2013
Silício negro tem efeito bactericida
Nanoagulhas que matam células bacterianas: bênção ou maldição? - Nos destaques, a superfície do silício negro (em cima) e das asas da libélula Diplacodes bipunctata (embaixo). [Imagem: Swinburne University]
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Bactericida mecânico
A descoberta do silício negro gerou um material cheio de promessas na área das células solares e da fotônica em geral.
Eis que o silício negro volta às manchetes, desta vez por um efeito que, se é benéfico por um lado, pode trazer muitas preocupações por muitos outros lados.
Elena Ivanova e seus colegas da Universidade de Tecnologia Swinburne, na Austrália, descobriram que o silício negro tem um fortíssimo efeito bactericida - um efeito puramente mecânico.
Isso ocorre porque o "negro" do material deve-se à presença de uma floresta de nanoagulhas em sua superfície - a luz se reflete continuamente entre os picos, indo e vindo entre cada um deles, de forma tão intrincada que praticamente não há nenhuma reflexão.
Ivanova vinha estudando a superfície das asas da cigarra Psaltoda claripennis e da libélula Diplacodes bipunctata, que apresentam um efeito bactericida mecânico, matando as células bacterianas simplesmente perfurando-as com nanoagulhas presentes naturalmente na superfície de suas asas.
Quando tentou reproduzir artificialmente essas nanoagulhas naturais, a pesquisadora deparou-se com o silício negro, com sua floresta de nanopicos artificiais.
O material funcionou maravilhosamente contra bactérias, matando-as a uma taxa de 450.000 células por centímetro quadrado e por minuto de exposição, simplesmente pela ação mecânica, sem a presença de nenhum agente químico.
"Isto representa uma perspectiva entusiasmante para o desenvolvimento de uma nova geração de nanomateriais antibacterianos que poderão ser aplicados às superfícies de implantes médicos, tornando-os muito mais seguros," arriscou o professor Russell Crawford, líder da equipe.
Talvez.
Nanotecnologia e saúde
O grande entrave para o uso do material antibacteriano em superfícies sujeitas ao contato humano é bastante óbvio: ele matará também outros tipos de células, incluindo as células sadias de quem o tocar.
Ocorre que as nanoagulhas são pequenas demais para serem sentidas pelo tato humano - se você tocar numa superfície de silício negro, ela lhe parecerá perfeitamente lisa.
Mas suas células não pensarão da mesma forma.
Assim, uma maçaneta ou outra superfície com um revestimento assim mataria aos poucos as células superficiais das mãos de quem as tocasse - os enfermeiros provavelmente começariam a notar suas mãos escamando, eventualmente aumentando suas chances de infecção ao tocar em outros locais.
O mesmo processo ocorrendo em implantes médicos, então, seria impensável.
Na verdade, o experimento dá suporte a uma série de preocupações que vêm surgindo com o uso de nanomateriais em contato com o corpo humano, incluindo os nanotubos de carbono e as nanopartículas, igualmente com potencial para perfurar as células ou entrar por elas, causando danos ao seu funcionamento.
A tecnologia pode destruir a raça humana?
Bibliografia:
Bactericidal activity of black silicon
Elena P. Ivanova, Jafar Hasan, Hayden K. Webb, Gediminas Gervinskas, Saulius Juodkazis, Vi Khanh Truong, Alex H.F. Wu, Robert N. Lamb, Vladimir A. Baulin, Gregory S. Watson, Jolanta A. Watson, David E. Mainwaring, Russell J. Crawford
Nature Communications
Vol.: 4, Article number: 2838
DOI: 10.1038/ncomms3838
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