Ambiente de negócios desestimula ampliação de investimentos em P,D&I
Discorrendo sobre o tema “O dispêndio privado em P&D”, Pedro Wongtschowski, presidente do Conselho Superior da Anpei, participou do primeiro encontro preparatório para a sexta edição do Fórum Mundial de Ciência, que será realizado no Rio de Janeiro, em novembro de 2013. Em evento na Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), dia 30 de agosto, ele recomendou melhorar o ambiente de negócios internamente para estimular os investimentos das empresas em pesquisa e desenvolvimento (P&D). “A empresa não investe em inovação para cumprir sua função social. Para cumprir sua função social ela tem de crescer para gerar mais impostos e emprego. Mas para isso, ela precisa inovar”, declarou.
Segundo Wongtschowski, o elevado custo produtivo, puxado pelos elevados gastos com energia elétrica, carga tributária, taxa de juros e câmbio valorizado, são os principais gargalos que desestimulam os investimentos em P&D. Wongtschowski citou o rombo na balança comercial na área tecnológica do Brasil que somou US$ 70 bilhões no ano passado, como um reflexo do ambiente pouco propício aos negócios no País.
Além de uma distribuição inadequada, Wongtschowski considera tímidos os investimentos da indústria brasileira aplicados em P&D. O ideal, segundo ele, é elevar os investimentos nessas áreas aos padrões internacionais. Ele chamou a atenção para São Paulo, onde as indústrias respondem por 60% dos dispêndios em desenvolvimento e pesquisas, superando, inclusive, a Alemanha, onde as empresas respondem por 57% desses investimentos, conforme dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Wongtschowski defendeu que se adote o modelo paulistano. “A Fapesp recebe o dinheiro regularmente porque é inconcebível a comunidade de ciência e tecnologia paulista permitir que a Fapesp contingencie os recursos”, disse para acrescentar: “Ai do governador de São Paulo que tentar reter o dinheiro da Fapesp. Haveria uma rebelião pública no Estado que reverteria ativamente essas situação. Infelizmente isso não ocorre na esfera federal. Mas no dia em que conseguirmos uma reação semelhante preventivamente, a União não cortará os recursos”, declarou.
Wongtschowski reconheceu, contudo, que o BNDES e a Finep, as principais fontes de financiamentos em P&D no País, estão trabalhando para estimular a inovação empresarial e compartilhar o riscos nos investimentos internos. Ele citou também outras medidas que precisam ser implementadas para dinamizar o ambiente de negócios. Citou o Projeto de Lei do Código Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação 2177/2011, parado no Congresso Nacional; melhoria no cenário macroeconômico, investimentos em infraestrutura e na qualificação de mão de obra; além do aperfeiçoamento da Lei do Bem para estimular P&D em todas as empresas.
Para ele, a pressão em Brasília sobre a destinação dos recursos do pré-sal para ciência, tecnologia e inovação e pelo fim dos cortes no orçamento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) deve ser feita todos os dias. Ele também recomendou à comunidade científica reforçar a aliança com o setor empresarial, a exemplo do que ocorreu em meados do primeiro semestre deste ano, quando os cientistas se uniram ao setor empresarial e criaram um manifesto em defesa dos royalties do pré-sal para educação e C,T&I. “O Brasil está amadurecendo. O esforço coletivo tem de ser diário”, analisou.
(Com informações do Jornal da Ciência)
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